domingo, 27 de março de 2011

SBT e Sony fecham acordo inédito para TV Digital


O SBT resolveu abraçar o modelo de TV via banda larga, e esse é um marco no mercado brasileiro de televisão. Um canal de vídeos, em que o espectador escolhe o que quer assistir, na hora em que quer assistir, estreou nos televisores, leitores de Blu-ray e home theathers da Sony. O conteúdo vem via banda larga.

Com o acordo com a Sony, o SBT tornou-se a primeira emissora de TV aberta brasileira a adotar o modelo de broadband TV. “Estamos na fase final de negociação com uma outra emissora”, disse Luciano Bottura, gerente de produto de TV da Sony Brasil. “Devemos fechar até o primeiro semestre.”

O vídeo via internet direto no televisor é uma tendência mundial. Para validá-la no Brasil, faltava a adesão das emissoras de TV aberta. O acordo do SBT com a Sony não prevê exclusividade, e levou um ano para ser negociado e implementado.

“As outras emissoras é que estão atrasadas”, disse Renata Abravanel, diretora de projetos de novas mídias e do site do SBT, sobre o pioneirismo.

Antes do acordo com o SBT, a Sony tinha parcerias com empresas de internet, como UOL e iG, e companhias internacionais, como a Sony Pictures, do mesmo grupo.

O canal do SBT estreia com mais de 500 vídeos, que incluem programas completos, capítulos de novela e entrevistas.

Conteúdo
“O SBT não é só uma emissora”, disse Renata Abravanel, filha de Silvio Santos. “Também é uma produtora de conteúdo.” Segundo ela, o espectador está mudando. “Ele quer assistir o que quiser, onde quiser e no dispositivo que ele tiver. Temos de estar onde o espectador está.”

O acordo com o SBT não envolve pagamento num primeiro momento, mas prevê compartilhamento de receitas publicitárias. “A princípio, o modelo é o mesmo da TV aberta, baseado em publicidade”, disse a diretora do SBT. “Mas vamos conseguir estratificar o público, para oferecer anúncios segmentados.”

A Sony vai enviar ao SBT informações detalhadas sobre a audiência, quantas pessoas assistem a um vídeo e em que horário. Para Renata Abravanel, o vídeo via internet não retira público da TV aberta, pois os espectadores terão mais oportunidades de ver ou de rever os programas da emissora.

Mudança
A oferta de serviços interativos no televisor se tornou possível com a digitalização. No ano passado, as vendas de TVs de LCD e plasma, que são digitais, ultrapassaram às de tubos no País. Foram 7,2 milhões de aparelhos de telas finas e 4,7 milhões de TVs de tubo.

A TV por banda larga tem se consolidado como o modelo vencedor de televisão interativa no mercado mundial.

Além da Sony, grandes fabricantes, como a Samsung e a LG, oferecem aparelhos com esse recurso. “Todos os nossos modelos têm internet vídeo”, destacou Bottura.

O modelo mais barato da Sony, com tela de 32 polegadas, tem preço de referência de R$ 1.599. Ou seja, não se trata de um produto exclusivo de famílias de alto poder aquisitivo. “O consumidor de classe C já está assinando banda larga”, disse o gerente da Sony.

Esse crescimento do vídeo via internet direto no televisor pode tirar força do Ginga, software de interatividade para a TV aberta, que, até agora, não decolou. Bottura e Renata Abravanel, no entanto, não veem assim.

“O Ginga e o vídeo via banda larga se complementam”, disse o diretor da Sony. “O SBT tem um compromisso com o Ginga”, afirmou Renata Abravanel. Todos os modelos da Sony também vêm com o Ginga.

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